Areia Movediça

O termo “relacionamento tóxico” tem estado em evidência nos últimos tempos, principalmente graças às redes sociais e a exposição exagerada de nossas ações. Claro que, muitos de nós consegue dosar o que postar e o que não postar, mas com boa parte da juventude não é bem assim que funciona. Basta um novo prato de comida ou uma balada a noite que as postagens pipocam nas principais mídias sociais. É de se notar portanto que não são as redes sociais o real problema. Talvez seja a pessoa que você escolhe colocar a seu lado, nas fotos e que caminhará com você ao longo dos dias.

Fazendo jus ao nome, a produção sueca de 2019, “Areia Movediça” (Störst av allt | Quicksand, no original), vai nessa linha, te puxando cada vez mais para baixo ao abordar temas contemporâneos complexos e delicados, e que requerem nossa atenção, principalmente por envolver os jovens que hoje estão, por vezes, à mercê de tudo que a vida tem a oferecer (de bom e de ruim). A influência dos ‘amigos’, o papel do jovem no contexto familiar, as [boas e más] escolhas e suas inevitáveis consequências estão lá. Óbvio que, para dar profundidade aos temas, a forma escolhida de adentrar ao roteiro irá requerer estômago forte e diversos momentos. Sendo assim, entendo que a produção não destinada a todo público adulto.

A forma como é contada a história, com um vai e vem na linha temporal, é um método já bastante conhecido e que já foi utilizado em várias outras produções, como 13 Reasons Why. Se você já a assistiu, certamente irá notar a semelhança na condução da trama. Com boas atuações, belos cenários e uma narrativa inteligente, os fãs de suspense certamente estarão bem servidos.

O enredo nos apresenta a história de Maja (Hanna Ardéhn), uma jovem sueca que é acusada de participar de um atentado em sua escola nos arredores de Estocolmo, onde ela e seu namorado Sebastian (Felix Sandman) entraram em uma sala de aula armados e assassinaram, juntos, um professor e seus colegas de classe. Diante do trauma, Maja não consegue formular adequadamente uma explicação para o ato em si e demonstrando claramente uma confusão mental. A mídia do país a coloca em uma posição de condenação sem hesitar, e a promotoria consegue igualmente, sem muitos esforços, manter Maja presa e isolada durante o processo de julgamento. Mas será que Maja é a única culpada e se sim, o que a levou a fazer isso?

Criada por Pontus Edgren e Martina Håkansson, escrita por Camilla Ahlgren e dirigida por Per-Olav Sørensen e Lisa Farzaneh, Areia Movediça é apresentada em seis episódios e é baseada no livro da autora e advogada sueca Malin Persson Giolito, publicado no Brasil pela editora Intrínseca.

O elenco traz Hanna Ardéhn, Felix Sandman, William Spetz, Ella Rappich, David Dencik, Reuben Sallmander, Maria Sundbom, Rebecka Hemse, Arvid Sand, Helena af Sandeberg e Anna Björk.

Areia Movediça está disponível na Netflix. O trailer pode ser visto aqui.