Com um elenco bastante enxuto, e muito, muito perspicaz e centrado, o longa impressiona ao entregar atuações dignas de um Oscar. Sim, se ele não o receber, acredite não é por falta de qualidade. A dramatização dos acontecimentos ali narrados consegue segurar o expectar do início ao fim, trazendo o melhor e o pior de nós, em uma discussão que pode ser entendida de diversas formas e de várias óticas. O trailer pode ser conferido aqui.
O sofrimento e a dor da perda são retratados a todo momento, em intervalos que se mesclam com o rancor e raiva, sentimentos mais que esperados quando algo que aflige a nós, humanos. Na esperança de que algo do passado ocorresse de forma diferente, o enredo foca nas reações e consequências envolvendo os protagonistas. Acredite, nos solidarizamos com argumento, mesmo sabendo que se trata de uma ficção, ao menos naquele momento. Entretanto, na vida real, acredito que não seria diferente. Se consolar no ombro de um semelhante em momentos que precisamos de colo é, talvez, uma das medidas extremas mais humanas, por assim dizer. Tal consolo encontra espaço, boa parte das vezes, na religião e nas crenças. Os valores individuais, por sua vez, são colocados à prova nestes momentos, uma vez que, ao passarmos por provações, o melhor e o pior de nós vêm à tona. Assim, muitos buscam ou os aspectos religiosos para encontrar respostas ou uma nova estrada a percorrer, com um novo objetivo de vida ou propósito. O roteiro de Mass é inteligente e rico nestas premissas.
No enredo, conhecemos Jay (Jason Isaacs) e Gail Perry (Martha Plimpton) que estão arrasados e em estado de luto pelo seu filho, morto em um tiroteio na escola. Já o casal Richard (Reed Birney) e Linda (Ann Dowd) precisam lidar com o peso da culpa enquanto pais do aluno agressor, causador daquela tragédia. Passados seis anos da tragédia, os dois casais se encontram e revisitam os fatídicos acontecimentos daquele dia.
Apesar de fictício, tragédias como a citada no filme têm se tornado cada vez mais frequentes e reais nos EUA. Justamente por ter essa veia tão polêmica e disruptiva, é que reconheço que este certamente é um dos filmes mais poderosos que já assisti no que se refere a temas ligados à superação e perdão. Vale destacar que “Reunião” é o primeira longa-metragem de Fran Kranz, com o foco nos tiroteios das escolas norte-americanas.
A direção e roteiro ficam a cargo de Fran Kranz. Mass tem em seu elenco Reed Birney, Ann Dowd, Jason Isaacs, Martha Plimpton, Breeda Wool, Kagen Albright e Michelle N. Carter.
