Como venho fazendo já a algum tempo, ando lendo os volumes da Coleção 90 minutos, escrita por Paul Strathern. A série conta com inúmeros volumes, com breves resumos sobre as grandes personalidades da filosofia, ciência e outras importantes áreas. Com textos diretos, claros e concisos, a proposta de Paul Strathern é nos fazendo refletir sobre a vida e o pensamento de importantes mentes. A leitura da vez foi o livro “Nietzsche Em 90 Minutos”.
Friedrich Wilhelm Nietzsche foi um filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor. Nasceu em 15 de outubro de 1844 na Saxônia, então província do cada vez mais poderoso império da Prússia. Nietzsche vários textos criticando a religião, a moral, a cultura contemporânea, filosofia e ciência, exibindo uma predileção por metáfora, ironia e aforismo, elementos bastante visíveis em suas obras.
As melhores ideias filosóficas de Nietzsche mal são dignas desse nome – esteja ele falando do super-homem, do eterno retorno (a ideia de que vivemos várias vidas através da eternidade) ou do único objetivo da civilização (produzir “grandes homens”, como Goethe, Napoleão e ele próprio). Quanto a forma de escrita, a filosofia de Nietzsche foi escrita principalmente sob a forma de aforismos. Nietzsche filosofava movimentando-se de várias maneiras, inclusive suas melhores ideias ocorreram enquanto fazia longas caminhadas pelas regiões campestres da Suíça.
Vale ressaltar que o verdadeiro filosofar de Nietzsche é tão brilhante, persuasivo e incisivo quanto qualquer outro antes ou depois dele. Entretanto, quando se lê Nietzsche, tem-se a sensação embriagadora de que a filosofia de fato tem importância.
Friedrich Nietzsche é conhecido por ter sido o criador do célebre super-homem, embora o próprio Nietzsche tenha sido um dos homens mais doentes que já houve: morreu louco no ano de 1900, segundo dizem em consequência de sífilis.
Algumas de suas citações interessantes encontradas no livro:
“O fantasista nega a realidade para si mesmo, o mentiroso só o faz para outros.”
“Existe ainda algo como em cima e em baixo? Não estaremos à deriva através do nada infinito? … Não estará a noite com certeza sempre mais profunda se fechando em torno de nós? Não necessitaremos lanternas pela manhã? Estamos ainda surdos ao rumor dos coveiros cavando o túmulo de Deus? Não sentimos o mau cheiro da putrefação divina? … A coisa mais santa e poderosa do mundo sangrou até a morte sob as nossas facas … Proeza maior jamais foi realizada e, graças a ela, qualquer um que venha depois de nós viverá uma história maior que qualquer outra vivida antes.”
“O cristianismo chega ao fim – destruído por sua própria moralidade (que não pode ser substituída), uma moralidade que acaba por se ver obrigada a negar até mesmo a existência do seu próprio Deus. O senso de veracidade, desenvolvido ao máximo pelo cristianismo, deixa-se contaminar pelas falsidades e pela desonestidade de todas as interpretações cristãs do mundo e da história. Salta de ‘Deus é a verdade’ para ‘Tudo é falso’.”
“A melhor cura para o amor é ainda aquele remédio eterno: amor retribuído.”
“Todos os nossos órgãos do conhecimento e nossos sentidos são desenvolvidos tão-somente como meios de preservação e crescimento. A confiança na razão e em suas categorias, na dialética, a valorização da lógica, portanto, somente comprova sua utilidade para a vida, comprovada pela experiência – não que alguma coisa seja verdadeira.”
“As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.”
“O prazer surge quando há o sentimento de potência. A felicidade repousa na consciência triunfante de potência e vitória. O progresso se baseia no fortalecimento da espécie, na aptidão para o uso enérgico da vontade. Todo o resto é um perigoso mal-entendido.”
“Deus está morto. Viva perigosamente. Qual o melhor remédio? – Vitória.”