Morbius

 Morbius (2022) on IMDb
Vamos combinar que, enredos que tratam exclusivamente de anti-heróis ainda são novidade. Acredito ainda que, o Aranhaverso (o universo exclusivo do Homem Aranha), conta com vários deles. Mas se formos desdobrar tal dinâmica, encontraremos inúmeros outros casos espalhados pelas páginas dos gibis da Marvel. Neste caso, o Homem Aranha não é o único a tê-los e nem tampouco tem os melhores. Afinal, quer anti-herói mais interessante que “O Justiceiro”? Acredito ainda que este é ainda mais rico por ser alguém mais “humano” que a ampla maioria dos demais personagens. Não vou direcionar a crítica à comparações até porque são enredos baseados em histórias distintas, mas não se engane: os traumas (cada um a seu modo) estão lá tornando a trama ainda mais interessante. Em “Morbius”, lançado em 2022, teremos contato com o bioquímico Michael Morbius e sua incessante busca, objetivo humano, por sinal.

Um detalhe interessante que talvez muitos não tenham percebido ao longo de sua trajetória é que, tanto a Marvel quando a DC contam com seus “super” em um escalão, enquanto os “humanos” encontram-se em outro. Reconheço que me identifico mais com o segundo grupo, afinal, são mais reais, mais próximos do que temos aqui, perto de nós. Deuses e deusas não soam tão realistas quanto alguém “humano”. E outro detalhe que também pode ter passado desapercebido é que, as duas figuras mais emblemáticas tanto da DC quanto da Marvel são sim, apenas humanos, leia-se o Homem de Ferro (Iron Man, na Marvel) e Batman (na DC Comics). Perceba que, as histórias que talvez mais nos encantam aparentemente são aquelas que se conectam com as nossas vivências, nosso terreiro, nosso lugar no universo. Não desmereço assim os demais personagens, mas percebe-se claramente tal distinção.

Perceba que os dois personagens citados acima (Batman e Homem de Ferro), tiveram seus destinos fundamentados em dramas familiares. Batman tem seu trauma ligado à infância (a perda dos pais muito cedo e o fardo de ter que lidar com isso sem familiares), assim como Tony Stark também o tem e, neste caso um pai ausente que faz com que ele direcione suas atenções, de algum modo, para a engenharia e os estudos. Ambos são especialistas no que fazem, ávidos por conhecimento, nerds por natureza.

Em Morbius, conhecemos um personagem ‘do bem’, que também está inserido no ‘universo’ do Homem-Aranha (e que também tem sua história alicerceada na perda repentina de seu tio, na estrutura familiar diferente do convencional e nos dramas infanto-juvenis), e novamente é percebido o fator humano motivando o protagonista, um médico pesquisador (e/ou cientista), a buscar a cura para uma enfermidade que o aflige desde a infância. Mais que isso: ele busca uma solução para um problema que atinge também outros semelhantes, pessoas que sofreram o mesmo que ele e que, por isso, ele se identifica. Dr. Morbius sabe o quão delicado e sofrível é ter uma doença sem uma cura aparante e sofrer com ela, a ponto de perder a vida pelo caminho, caso uma melhora não surja. Sim, em Morbius, a linha entre o herói e o vilão será quebrada. O trailer pode ser conferido aqui.

O enredo de Morbius nos apresenta o enigmático anti-herói Dr. Michael Morbius que está gravemente adoecido com um raro distúrbio sanguíneo e determinado a salvar outros que sofrem do mesmo destino. Morbius arriscará tudo em uma aposta desesperada e repleta de perguntas ainda sem resposta. E, embora a princípio tudo pareça um sucesso absoluto, uma escuridão que surgirá em seu íntimo, desencadeando consequências inesperadas. O bem superará o mal ou Morbius sucumbirá aos seus mais novos e misteriosos desejos?

A produção estadunidense tem a direção de Daniel Espinosa, roteiro de Matt Sazama e Burk Sharpless, e é baseado nos quadrinhos Morbius de Roy Thomas e Gil Kane. Em seu elenco estão Jared Leto, Matt Smith, Adria Arjona, Jared Harris, Al Madrigal, Tyrese Gibson, Michael Keaton, Archie Renaux, Charlie Shotwell, Corey Johnson, Abraham Popoola, Chris Ryman, Gloria García, Bentley Kalu e Davina Sitaram.