
Desenvolvido de uma forma bastante inteligente, o roteiro é dinâmico e envolvente, trazendo excelentes atuações da dupla de protagonistas. A forma como a história é contada também é outro aspecto que merece menção. E já esclareço que, por se tratar de um roteiro baseado em fatos reais, a emoção em torno da polêmica história é ainda maior! O trailer pode ser visto aqui.
Pode parecer estranho mas hoje talvez seja menos comum que nós façamos parte de experimentos científicos de forma prática. Claro que, de uma forma ou de outra, já participamos de pesquisas de caráter científico quando, por exemplo, respondemos à um questionário que um amigo, colega ou familiar projetou a sua pesquisa ou trabalho de conclusão de curso. Vamos lá e preenchemos tais campos, às vezes de forma automatizada e ainda analisando certas questões, mas eu me arriscaria a dizer que boa parte das vezes, uma parcela dos participantes simplesmente ignora o que está sendo perguntado quando se trata apenas de sim ou não, ou quizzers compostos por bolinhas e estrelinhas. O que quero dizer aqui é que, nem sempre damos a devida atenção a tais momentos, o que pode, de certo modo, influenciar drasticamente no resultado do que se está sendo pedido. A preocupação em se responder corretamente um experimento causa um determinado resultado e não ter qualquer preocupação também.
A história dá início na Universidade de Yale em 1961. Stanley Milgram (Peter Sarsgaard) projeta um experimento de psicologia que ainda ressoa até hoje, no qual as pessoas pensam que estão dando choques elétricos dolorosos a um estranho afável (Jim Gaffigan) amarrado a uma cadeira em outra sala. Apesar de seus pedidos de misericórdia, a maioria dos sujeitos não interrompe o experimento, administrando o que eles pensam ser um choque elétrico quase fatal, simplesmente porque eles foram instruídos a fazê-lo. Com o julgamento do nazista Adolf Eichmann sendo transmitido em salas de estar em toda a América, Milgram atinge um nervo da cultura popular e da comunidade científica com sua exploração da tendência das pessoas de obedecer à autoridade. Celebrado em alguns círculos, ele também é acusado de ser um monstro enganador e manipulador, mas sua esposa Sasha (Winona Ryder) o apoia em tudo.
Experimenter nos convida a entrar na mente agitada de Milgram neste retrato estimulante de um homem brilhante cuja consciência e espírito criativo continuam ressonantes, pungentes e inspiradores. Também nos faz pensar sobre até que ponto estamos dispostos a realizar tarefas e ações unicamente por nos foi pedido. Em um nível mais profundo, eu me arriscaria a dizer que a trama por trás de Experimenter explora a psique humana de tal modo que nos faz analisar se somos treinados, adestrados ou se simplesmente obedecemos cegamente às solicitações de alguém, levando-se em conta ainda, as consequências por trás do aceite (ou não) de tais questões.
O elenco traz Peter Sarsgaard, Winona Ryder, Edoardo Ballerini, Jim Gaffigan, Anthony Edwards, John Palladino, Ned Eisenberg, Lori Singer, Taryn Manning, Anton Yelchin, John Leguizamo, Kellan Lutz, Dennis Haysbert, Emily Tremaine, Donnie Keshawarz, Frank Harts, Danny A. Abeckaser, Pascal Yen-Pfister, Lucy Fava, Tom Farrell, Adriana L. Randall e Harold Takooshian.