Lançada em 2017, a minissérie é composta de apenas 6 episódios, com um enredo muito bem desenvolvido e com um desenrolar da narrativa que não deixa o espectador entediado como normalmente acontece em algumas produções do tipo. Cada episódio é bem distribuído em relação ao contexto geral da série e a condução da história não precisa se apressar para que se tenha um final satisfatório. Tudo se encaixa perfeitamente bem, assim como o final que é surpreendente.
Um questão interessante, é que os roteiristas optaram em construir uma personagem feminina para ser a serial killer A Louva-a-Deus, uma escolha não muito habitual, visto que uma certa maioria dos assassinos em série violentos são do sexo masculino. Talvez esta escolha se deva a um fato bastante curioso e que merece ser mencionado: Os franceses já tiveram em sua história uma outra Jeanne, também era uma assassina em série. Jeanne Weber (1874-1918) foi uma serial killer francesa, conhecida como a “estranguladora de Paris” ou ainda “a ogra de La Goutte d’Or”, em homenagem ao distrito de Paris onde ela cometia seus crimes. Foi responsável por estrangular dez crianças, incluindo a sua própria. Muitas vezes absolvida, Jeanne Weber foi declarada criminalmente irresponsável em 1908 e internada. Morreu de um ataque de nefrite em sua cela dez anos depois. Apesar de em nada se parecer com a Jeanne da minissérie francesa, por ser que sim, talvez esta tenha sido a inspiração ao menos quanto ao nome a ser utilizado, já que a “Jeanne” real aparentemente não tinha um código de honra a seguir.
O roteiro de A Louva-a-deus se passa em Paris. A polícia está a procura de um psicopata cujos assassinatos são inspirados em Jeanne Deber (Carole Bouquet), conhecida como “A louva-a-deus”, uma famosa serial killer que há 25 anos aterrorizou a França. Entretanto Jeanne Deber foi presa na década de 90 por matar pais violentos e incestuosos, ou que haviam abandonado a família. Agora, um imitador surge copiando seus crimes, o que leva Feracci (Pascal Demolon), superintendente da polícia que prendeu Jeanne em 1990, ser obrigado a cuidar do caso e para ajudá-lo a encontrar o imitador, recorra a Jeanne, a fim de que esta ofereça sua expertise para a polícia na esperança de descobrir quem está por trás de tais assassinatos. Mas Jeanne faz uma exigência incomum: que o seu filho Damien Carrot (Fred Testot), que também é policial, esteja na equipe de investigação. Damien acaba não tendo escolha e aceita participar deste jogo de gato e rato, na chance de localizar este copycat que está à solta e pode atacar a qualquer momento, em qualquer lugar da capita francesa.
Dirigida por Alexandre Laurent, a série foi criada por Alice Chegaray-Breugnot, Nicolas Jean, Grégoire Demaison e Laurent Vivier. O elenco é formado por Carole Bouquet, Fred Testot, Jaques Weber, Pascal Demolon, Manon Azem, Serge Riaboukine, Robinson Stevenin, Fredérique Bel, Elodie Navarre, Adama Niane, Yannick Samot, Steve Tran e Julien Tortora.
A Netflix comprou os direitos de distribuição da minissérie (que foi originalmente criada para o canal TF1) e por isso ela encontra-se disponível no catálogo brasileiro da gigante do streaming. O trailer de A Louva-a-deus pode ser visto aqui.